Pontual e Pontualidade

 

A fala convence, o exemplo arrasca


Você já ouviu uma história assim, a da conquista pela pontualidade? Em razão do ofício que exerciam, Maria e Madalena reuniam-se com outras colegas de trabalho para avaliarem determinados problemas da empresa.

 

Madalena começou a observar que Maria era a única que chegava pontualmente no horário marcado para o início das reuniões. Isso era intrigante para Madalena, que era uma pessoa totalmente reticente a inquietações místicas, religiosas, transcendentais e temas afins.

 

Certo dia Maria convidou Madalena para conhecer a “instituição” que frequentava. Num primeiro momento Madalena simplesmente agradeceu, entretanto pensando “eu ir à igreja? Nunca!”

 

Num segundo momento, já em casa, Madalena começou a refletir sobre a possibilidade de ir à “instituição religiosa” frequentada por Maria. Poderia ser algo sério, que valeria a pena conhecer. Até porque Maria era a pessoa mais respeitosa do grupo de trabalho, sobretudo pela gentileza com os colegas na observância do horário, haja vista ser a única que chegava pontualmente para as reuniões.

 

Pimba! Madalena não só foi à igreja, como foi “pescada” por Deus... Moral parcial da história: a pontualidade é uma virtude cativante, que agrada as pessoas com as quais nos relacionamos direta ou indiretamente.

 

A arte da conquista

  

Embora haja situações IMPREVISÍVEIS e EXTRAORDINÁRIAS que possam levar qualquer pessoa a se atrasar, na maior parte das vezes são questões que foram avaliadas equivocadamente ou com um falso otimismo, de que tudo sempre vai dar certo. Isso é falta de outra virtude, a da ordem.

 

O furo no pneu do carro pode ser a justificativa para um atraso; já o trânsito não, pois é algo previsível. O acidente doméstico com um filho, sem dúvida justifica-nos; porém a troca de fralda do bebê não, pois isso é mais do que previsível.

 

“Justificativas” como essas às vezes põe tudo a perder: uma venda, um novo negócio, um emprego, um namoro/casamento, uma amizade, um apostolado junto a alguém que queremos aproximar de Deus, enfim.

 

Algumas vezes não é a falta de ordem que causa o atraso, é a necessidade de estar sempre em evidência; ou para demonstrar ser uma pessoa importante e cheia de afazeres. Chegar no meio do compromisso faz bem ao meu ego, ainda que “inconscientemente”. Trata-se de carência afetiva, portanto. É a chamada “Síndrome da Noiva”.

 

Afinal, todos perdem o foco para olham para a pessoa que chega atrasado à cerimônia religiosa já em andamento; ou em uma palestra, aula, reunião de escola; ou mesmo quando deixo os amigos esperando...

 

Há uma diferença entre o atrasado “eventual” e o atrasado “contumaz/profissional”, sabe qual é? Este último não conhece as expressões “pontualidade britânica” e “mineiro não perde o trem”.

 

O atrasado profissional não sabe que os pontuais, muitas vezes, sofrem com o atraso alheio, pois consideram este ato um verdadeiro desrespeito. O pior é que às vezes as pessoas pontuais são taxadas de “ansiosas”.

 

Ficam algumas dúvidas. Onde estará a verdadeira (i)maturidade? Naquele “pontual” que (não) sabe esperar e (não) vê grosseira no atraso frequente do outro? Ou no atrasado que (não) imagina poder atrapalhar a vida alheia com a sua impontualidade?

 

Não podemos esquecer que, os atrasos podem ser derivados de “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade”. Entretanto, os portadores desta condição podem se equipar e se prevenir com o uso de agenda e despertador de celular; sem prejuízo da ajuda de psicoterapia e terapia ocupacional.

 

Contudo, seja pela falta de ordem ou de atenção, ou mesmo por carência afetiva, que não façamos como “as noivas” que de tanto se atrasarem perderam seus “maridos”.

 

Enfim, que possamos nos organizar e respeitar o tempo das pessoas, de modo a chegarmos ao Céu antes de as suas portas se fecharem. Você não vai querer perder este trem, vai!?