Cruzeiros, temáticos e acessíveis

  

“fazer um cruzeiro pode ser muito acessível”

 

Cada navio tem um nome, sendo que o mesmo navio pode ter vários tipos de cruzeiros. As espécies de cruzeiros se dão de acordo com o destino, número de diárias e/ou temas.

 

Há muitos cruzeiros temáticos: Réveillon, Carnaval, Solteiros, Religiosos, Dança, etc. Mas há um tema que é sensação em todos os navios de cruzeiros! Advinha qual é ?

 

Antes, vale dizer que nos cruzeiros as pessoas poderiam ser dividas em três grupos: Conectados, Offline e Intermediários.

 

Como não há sinal de internet em alto mar, os Conectados - assim que entram no navio - agilizam a compra de pacotes de dados para poder usar via wi-fi do Navio.

 

No navio há inúmeras atrações: piscinas, bares (e seus drinks maravilhosos), shows (artísticos e musicais internacionais), SPA, lojas, etc. Mas são os pontos de internet - onde o sinal é melhor – são os preferidos das pessoas Conectadas.

 

Os Conectados até vão aos demais locais do navio, como às piscinas e restaurantes, mas sem tirar o olho do seu smartphone, pois este é a grande sensação, embora algumas atrações sejam inéditas para muitos, como o cassino. Ah, sim! Em todos os ambientes o selfie rola solto, afinal é preciso postar e exibir-se nas redes sociais.

 

Durante as paradas do navio, há quem se recuse a descer do navio e fazer passeios externos para lugares rústicos onde não haja acesso à internet.

 

“Espreguiçadeiras à sombra” são preferidas em relação àquelas que estão “ao sol”, não em razão da proteção para a pele, mas porque a luminosidade do sol atrapalha o uso da tela.

 

Recreadores ficam relativamente ociosos, pois boa parte das crianças preferem (com ‘anuência’ dos pais) a “interação” virtual usando os smartphones.

 

Aquelas cenas de casais em restaurantes nas quais cada um está com “cara enfiada” no celular..., no navio isso é ampliado, pois - sendo necessário se compartilhar as mesas com até 10 lugares - cada um está apreciando mais o seu celular do que às magníficas comidas e às eventuais boas conversas e novas amizades.

 

Seria um grande sucesso se uma empresa divulgasse um cruzeiro com o tema “Connect” ou “Tecnology”. Não precisaria de grandes investimentos: atores, shows, bebidas e comidas elaboradas, inúmeros funcionários, etc. Substancialmente, bastaria disponibilizar acesso à internet em alta velocidade - por wi-fi - em todo o navio (sobretudo nas cabines “individuais”), estando o custo já incluso no pacote.

 

Opcionalmente, poderia ser oferecido seguro para o celular que viesse a cair no mar, na piscina ou dentro do copo. Lojas de celulares e periféricos a bordo fariam muito sucesso.

 

De todo modo, aos consumidores com o perfil Conectados, fazer um cruzeiro pode ser muito acessível.

 

Explico. Utilizando a internet de sua própria casa, pode-se assistir vídeos de cruzeiros e seus atrativos pela TV, mas ao mesmo manuseando os aplicativos do smartphone. Um trágico “cruzeiro virtual” !

 

Tais pessoas experimentarão sensações bem parecidas com as que sentiriam se estivessem embarcados num navio de verdade; entretanto, com a vantagem de economizar o valor do pacote turístico.

 

Outra ‘vantagem’ do “cruzeiro virtual”: não sentir o odor das águas do Porto de Santos e da Baia de Guanabara. Mas para dar mais realidade ao “cruzeiro virtual”, pode-se imitar tal odor ao deixar o banheiro sem acionar a descarga por três dias.

 

Mas, e sobre os grupos dos Offline e Intermediários, não será dito nada ? São uns “coitados”, não sabem aproveitar direito a ‘conexão’ dos cruzeiros... (conforme pensam os Conectados).

 

Outrora, já foi a maior sensação entre os cruzeiros na costa brasileira o show do “Rei Roberto Carlos”. Agora o frenesi é o Show do Rei ‘O Smartphone’ !